tag:blogger.com,1999:blog-13064356928826552112024-02-18T18:12:12.755-08:00Dezembro 13Contos de TerrorAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.comBlogger38125tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-76538948325624576512012-03-21T16:06:00.001-07:002012-03-21T16:06:28.242-07:00A Vingança do Ghoul
Escrito por Ramon Bacelar
“A cesta de papéis é a melhor amiga do
escritor.”- Isaac Bashevis Singer
...e
deferido o último golpe, a besta pálida estrebuchou e caiu. Estava morta.
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-22014732998476109552012-02-29T23:45:00.001-08:002012-03-21T16:10:15.813-07:00Meu nome é Ana. Eu vou matar você. E prometo, você vai gostar.
Conto de Tânia Souza
Ana. Um nome simples para uma
garota comum, passos ecoando pelas ruas de uma cidade esfumaçada e suja. Ao
mundo, a imagem de uma garota que vaga na noite escura e conta outra sina:
menina de família, comportada. Ana se arriscando por lugares obscuros. A quase
inocência costuma ser um atrativo interessante... Você me olha e vê uma moça
que estudou, mas nãoAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-22386134064598277942012-02-01T12:25:00.000-08:002012-02-01T13:46:34.199-08:00Amor Incondicional
Desespero. Eu estava desesperado!
Minha esposa, apesar do que os outros diziam em contrário,
amava-me. Tenho a mais absoluta certeza disso. Amava-me, sim, lá do seu jeito
meio turrão de ser porque, a bem da verdade, ela não era muito dada a expressar
os próprios sentimentos. Há pessoas assim em qualquer família normal que se
preze. Há quem deteste discursos de aniversário,Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-44552896505773390442011-07-05T02:51:00.000-07:002011-07-05T02:54:57.656-07:00O Sétimo
Numa noite muito quente, Ronald derretia de suor em baixo daquela túnica e do capuz. Queria levanta-lo para enxugar o rosto, mas Joana, sua esposa, o impedia segurando-o pelo braço a cada movimento involuntário de leva-lo à face.
Agora era tarde, pensaram simultaneamente, enquanto olhavam em volta, estavam reunidos em um círculo em uma clareira no meio da floresta densa, com outrasAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-51922507006206000322011-06-05T00:36:00.000-07:002011-06-05T00:37:52.185-07:00A Dama do Rio
O casco da embarcação elevava-se no ar e caía com violência sobre as águas escuras do rio. A tempestade pegara a todos de surpresa, em apenas alguns minutos o nível das águas havia subido como há muito não era visto em toda a região. Os pescadores agarravam-se como podiam nas cordas e ganchos fincados na madeira envelhecida que revestia toda a nave. Àquela altura já suscitavam dúvidas se Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-72398463841130428362011-04-20T15:44:00.000-07:002011-04-20T15:44:37.105-07:00Um presente para Elpídio
O sol ia alto naquele dia. O calor causticante não perdoava quem quer que fosse. As folhas das plantas estavam murchas, e murchos também pareciam estar os outros seres viventes. Alguns cachorros descansavam à sombra, sob as marquises, com suas línguas gotejantes penduradas no canto da boca. As crianças subiam a rua com suas pesadas mochilas e bochechas coradas. Algumas mulheres prendiam Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-47526177931095078882011-04-15T07:00:00.000-07:002012-04-23T16:35:51.155-07:00O Beijo (Conto Delírico)
Para Roger e Henry.
Quando finalmente me aproximei de Camilla – oh! como hei de me esquecer? – algo de invisível sustinha as nuvens adensadas, pesadas e sinistras. Havia uma dança macabra num céu de chumbo. Uma massa de vapores escuros contorcia o firmamento, onde a lua adernava na correnteza atroz dos cúmulos e Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-31738238499671028592011-04-13T16:35:00.000-07:002011-04-13T16:35:46.439-07:00Os Crucificados e Os Enforcados
Conta-se que no ano de Tibério César, Imperador Romano, houve um dia em que, após tumultuado julgamento e dolorosas agressões físicas, arremeteram o Nazareno à cruz. Conta-se, também, que após a crucificação do Galileu, a escuridão sobreveio assustadoramente rápida sobre Jerusalém. Um pouco antes do ato punitivo, a multidão já estava extasiada. Uns deleitavam-se e proferiam escárniosAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-48824035513275779682011-04-01T18:46:00.000-07:002011-04-01T21:57:47.135-07:00O Conde de Moldávia
A angústia ainda insistia em infernizar meus instintos. Passaram-se quarenta anos desde que decretei o fim do Conde da Moldávia. Recordo com amargura de todos os episódios daqueles vinte e sete dias, em que caçamos a terrível criatura noturna, sem descanso. O maldito refugiava-se nos lugares mais remotos e de difícil acesso. Foi assim, em Bucareste, Praga, Dublin e Colônia, mas, o Conde não Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-8517966488798581272011-03-28T04:41:00.000-07:002011-10-30T20:10:51.967-07:00Aos Pés de Cristo
Sinto o sol queimando em minhas costas. Minha pele arde, minha carne está em chamas. O suor verte de minha testa turvando minha já ofuscada visão. Sinto meu corpo pesado, entorpecido. Não sei como vim parar aqui, nem mesmo sei dizer onde exatamente é aqui. Tudo que me lembro é de estar no imundo quarto cujo qual pelo governo à mim foi designado, sentado sozinho em minha cama maltrapilha, Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-64810123759845399022011-03-26T04:21:00.000-07:002011-03-26T15:41:55.588-07:00Insana Paixão
Ele estava morto, eu sabia, pois com mãos trêmulas cortei-lhe os pulsos, seguindo com os dedos as veias que apareceram enquanto ele fazia força para libertar-se; sabia com o gosto que ficara em meus lábios depois de beijar aquelas mãos que tanto amei, sabia quando lembrava-me do cheiro de sua pele enquanto minhas lágrimas misturaram-se ao sangue que derramava-se. Sim, estava morto. Eu o mateiAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-4552602648855154912011-03-23T04:18:00.000-07:002011-10-30T20:10:51.931-07:00A Negociata
- Qual o valor de seu sonho?- Isso mesmo. Seu sonho! Quanto estaria disposto a pagar por ele?- Todos os homens têm um preço. Todo sonho é digno de algum valor.- Quanto estaria disposto a pagar pelo seu?- Eu posso fazer isso por você. Torná-lo realidade... Eu posso!Fred despertou com um sobressalto. Outra vez o mesmo pesadelo. A mesma voz, as mesmas palavras, a mesma pergunta... Qual o valor deAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-39483010649467077452011-03-21T23:55:00.000-07:002011-03-23T02:40:26.640-07:00A Passageira de Caronte
Enfim, cinco horas da tarde. Quanto esperou por isso! O trabalho era cansativo em uma metalúrgica. Agora, todos saíam felizes, ansiosos para estarem com as suas famílias e descansarem. Norton não. Ele nem era casado. Já afirmar se ele tinha filhos ou não, aí já é outra história.
Ele era almoxarife. Ganhava bem, mas seu sonho era ter um negócio próprio, um mercado talvez. Trocou o Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-66436406349797255402011-03-20T02:32:00.000-07:002011-10-30T20:10:51.944-07:00A Vítima Perfeita
Quando noite, nossos demônios se libertam, as mascaras caem, fantasias se desmancham; somos quem não somos, somos quem realmente somos, anjos se tornam putas, marmanjos e valentões choram sozinhos como crianças perdidas. Quando noite, nossas verdades se viram contra nós, abraçando-nos ou nos batendo, beijando-nos ou nos castigando.
Na noite estamos sozinhos e nãoAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-69482186702303390782011-03-16T02:08:00.000-07:002012-02-09T16:24:50.080-08:00Vício
Madrugada de sábado para domingo. É quando tudo acontece. É quando as bruxas estão soltas. Os demônios sussurram em todos os ouvidos.
Temos a juventude. Somos os donos da cidade. Álcool e drogas são vendidos e consumidos em todos os cantos, como em um grande mercado de peixe.
Homens, mulheres, hetero, bi, homo... O vício não tem sexo nem preconceito. Diversão é a única regra.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-48596791223138930702011-03-14T21:48:00.000-07:002011-03-14T22:35:38.617-07:00A Hora
O escuro lhe sufocava, olhava ao redor e não via nem um feixe de luz, nem mesmo pelas arestas da porta, cogitava estar de olhos fechados, mas sabia que seus olhos estavam arregalados de medo. Ouvira um barulho de passos, embora sonolenta, sabia que não era alucinação, era certo que tentava dormir havia algum tempo, mas não tinha ainda sequer cochilado.
Ouvira aquele barulho bem perto deAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-39368264013369917052011-03-14T16:14:00.000-07:002011-03-21T22:44:11.483-07:00A Casa das Almas
Para Leonardo Nunes Nunes, Paulo Soriano e Henry Evaristo.
Ninguém sabe ao certo quando ela foi construída, mas todos sabem que foi desativada sob estranhas circunstâncias até hoje não explicadas de forma convincente. Mas, independente disso, lá está ela, sozinha em meio ao campo, com apenas uma estreita estrada de terra, que no passado era o único caminho em meio ao ralo matagal que levava atéAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-2947281370282020222011-03-10T18:25:00.000-08:002011-10-30T20:10:51.923-07:00O Riso do Pierrot
Ronaldo ajustava pela milésima vez o chapéu de pirata em sua cabeça pequena; alugara uma fantasia grande demais para seu corpo franzino. George, sufocando com a fumaça do bagulho que fumava, ria de si mesmo dando nós extras para tirar a frouxidão do elástico em sua máscara de Batman. Katy, fantasiada de palhaça, tomava mais um LSD, ou, mais um doce, como eles chamavam a droga. Fábio, Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-10643143092490593182011-03-08T12:07:00.001-08:002011-03-08T12:08:17.493-08:00Locução Proverbial
Estória livremente inspirada na idéia do conto “O bebê da Tarlatana Rosa”, que faz parte da obra Dentro da Noite, de João do Rio (1881 – 1921)
Não rara são as vezes que embriagamos o espírito durante a travessia desta alameda pavimentada de sugestões insinuantes! De caráter, mesmo, perfunctoriamente lascivo! Raro, talvez, as que perdemos a estenia da razão, e passamos a viver a existência do Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-59275612724091031252011-03-07T14:48:00.000-08:002011-03-08T00:20:31.295-08:00As Cinzas da Quarta-feira
I
Ana despertou com um sobressalto. O baque seco das baquetas contra a pele esticada dos repiques parecia ecoar diretamente em seu cérebro, era como se sua cabeça fosse um dos instrumentos atacados com ferocidade pelo espírito contagiante da época. Uma fisgada lancinante apertava sua nuca, mas a dor não se fixava apenas nesse ponto, ela se espalhava, Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-3991218823725534772011-03-06T11:24:00.000-08:002011-03-12T21:42:33.174-08:00A Mascaração (conto-delírio)
Estridentes, cacofônicos, tumultuosos, assim são os sons que envolvem os foliões venezianos na Temporada das Alegrias e Encantos Pueris, assim respira a Praça São Marcos em época de carnaval. Escondido no escuro solitário de uma gôndola emborcada, um anão respira fundo, olha para os lados mas antes de decidir a direção, suspende o pescoço estudando o cenário com a cautela de um ourives Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-63170243726794510982011-03-02T15:00:00.000-08:002011-03-12T21:45:29.607-08:00O Improvável You-Koddlak
O professor doutor You-Koddlak era um adepto do utilitarismo. O bem da maioria, se necessário, às custas da má sorte de uns poucos. E pragmático também. Diziam alguns que de maneira excessiva, inclusive. Talvez isso fosse parte da sua natureza escandinava, algo com o qual ele já nascera. De todo, o Sr. Koddlak, homem de ação, considerava que comentários pejorativos às suas Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-61427999203007870872011-03-02T01:09:00.000-08:002011-03-05T14:39:47.977-08:00O Poço
Chovia a cântaros na noite em que joguei minha esposa nas águas frias e escuras do poço de minha mansão. O vento sinistro da tormenta açoitava como um gélido flagelo minhas roupas encharcadas enquanto eu a ouvia agonizar afogando-se em algum ponto em que as trevas já impossibilitavam a visão.
Depois entrei aliviado em minha residência e tudo parecia ter adquirido uma coloração diferente do Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-59932723458691301072011-03-01T16:59:00.003-08:002011-10-30T20:10:51.939-07:00Angel
No balcão, os bêbados gritavam pedindo mais uma dose, cambaleantes nas próprias pernas. Uma mulher vestida em farrapos, paradas na rua segurava os filhos barrigudos pelas mãos e camisas enquanto gritava pela alcunha de seu marido... Um dos bêbados... Fosse qual fosse, nem se dava o trabalho de olhar para a porta.
Uma dupla sertaneja de quinta categoria cantarolava mais Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1306435692882655211.post-73663426476261869792011-03-01T16:59:00.002-08:002011-03-05T14:38:48.609-08:00O Elixir da Juventude
Dedico este conto ao brilhante Valetim Fagim, preclaro amigo d’além-mar,
de quem roubei, qual Robin Hood, o ilustre nome
para entregá-lo a uma pobre personagem...
Algo de terrível se abateu sobre Dom. Joan Fagim, alcaide-mor de Ourense, naquele ano do Senhor de 1635.
A sua jovem e bela mulher, Dona Enelle, perdera, aos poucos, a Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/05759794909570251714noreply@blogger.com1